06 julho 2011

tentativa de esclarecimento

Da excelência que a Natureza nos envolveu é seleccionado o leite das manadas que paradisiacamente animam as nossas paisagens.
Para que possa desfrutar rigorosamente de toda a sua riqueza e sabor natural, instalámos no coração da maior bacia leiteira dos Açores, uma avançada Unidade dotada da mais alta tecnologia de ultrapasteurização a nível mundial, o Tetra Therm Aseptic Plus Two.
Em resultado, podemos paritlhar consigo o excelente leite que quase instantaneamente dá entrada nas linhas de produção, originando lacticínios de superior qualidade com características e paladar únicos, que saboreará à sua mesa com o maior prazer e segurança.
in Pacotes de Leite Nova Açores
Leite UHT Enriquecido pela Natureza
Meio Gordo

18 junho 2011

Era capaz de me vir só com um beijo.

(as mentes mais pequenas poderão achar esta frase porca.
Porém, é das coisas mais profundas que poderia dizer)

15 maio 2011

Terapia dos sonhos

Na sexta sonhei com o seguinte:
Tinha sido convidado para a casa de um rapaz que conheci uns anos atrás, quando dei aulas em São Jorge. Apercebi-me, sem surpresa, que os meus pais e a minha irmã estavam comigo. Não me lembro de entrar na casa, nem sequer vislumbrei a fachada, estava já numa sala de estar, com os meus familiares e os dele. A casa era gigantesca, sem obedecer a nenhum estilo estético em concreto: por vezes com uma alcatifa castanha sem graça, paredes brancas, móveis sem graça. A família dele (vários elementos, não contei nem fixei bem a cara deles) era hiper-burguesa, tratavam-nos com ares de arrogância e sobre-educação (eram de modos bocejantes).
Chegou o momento de comermos algo. Como não havia janelas não soube qual seria a refeição. As cadeiras eram de tamanho normal, mas tinham o assento muito pequeno e eram todas de estilos diferentes. Como o meu pai não consegue caminhar e tem dificuldade para sentar-se, ofereci-me para ir buscar uma cadeira que lhe fosse mais conveniente.
A minha irmã ia mais à frente no corredor, e decido correr para ultrapassá-la e agarrar a cadeira antes dela (por um motivo que desconheço, eu sabia onde encontrar a cadeira certa). A meio da corrida, um dos familiares, de maneira altiva, diz-me para não correr, até porque havia comida a ser transportada em tabuleiros e eu poderia fazê-los cair. Achei que me estavam a infantilizar e não gostei nada do comentário.
Depois dei por mim fora de casa, ao pé de um centro comercial sem ligação por estradas, só com terra batida ao redor. Estava perdido q sentia que o caminho de regresso estaria dentro do estabelecimento. Entrei por uma escadas que pareciam dar a portas de escritório. Tentei abrir uma até que uma empregada avisou-me que eram escritórios e eu não deveria estar ali. Continuei pelas escadas e resmunguei-lhe que as indicações estavam confusas. Ela respondeu-me "As indicações estão óptimas, você é que não sabe ler". Achei-a muito antipática.
Subitamente, estava fora do estabelecimento, por baixo de um viaduto, onde não passava nenhuma estrada e o solo era de terra batida, como o resto da área externa. Pensei continuar, mas afastei-me, pois receei o que poderia estar naquele local, apesar de ser dia e haver muita claridade. Oposto ao viaduto havia uma ponte com uns policias, a segui naquela direcção.
Cheguei a um café (que parecia estar dentro do centro comercial) e vi umas maçãs. Agarrei numa e trinquei-a: era doce e saborosa, refrescou-me. Nisto vi mais alimentos: uns quantos bolos com bom aspecto, empilhados e separados em cestos. Apercebi-me que cada um tinha um preçário. Aí apercebi-me que talvez fosse preciso pagar a maçã e, ao dirigir as mãos para o bolso, vi que não tinha carteira.
A empregada estava com mais dois ou três clientes, e decidi explicar-lhe porque estava sem dinheiro: divertido e debruçado sobre o balcão (ela parecia simpática), comecei a frase "Você não vai acreditar neste história..."
Aí acordei :)

25 abril 2011

Epitáfio

Estive a reflectir: há que por vezes parar e reescrever aquilo que somos, o nosso padrão em suma. Temos de agir à altura daquilo que sentimos: quando oferecemos algo de bom e sincero (e digo isso de forma generalista) temos que sentir o equilíbrio, no nosso ser, dessa dádiva. Desta forma recebemos tanto quanto damos. Faço-me entender?

Somos aquilo que há de bom em nós.

31 março 2011

Sonhou um corredor, largo, longo e sem janelas. A cerca de cinco metros à sua frente, um caixote, aberto, vazio.
Sem me virar, sinto um alguém aproximar-se por detrás de mim.
A sua voz, de homem, diz: "A caixa encontra-se vazia. Mas essa é sua função: está funcionalmente vazia. Os sons são ocultos e propagam-se no ar. Contagiam"

28 março 2011

Porções

Porções. Porções de vida. Porções de noite ou de insónias. Noites ao bocados.
Medir. Medir porções, "vida ao cubo". Para determinar a porção existente deve-se ignorar a variável "tempo". As porções são, portanto, determinadas por medições particulares relativamente ao espaço, mas não no tempo (o tempo alteraria constantemente o espaço).
Deste modo, as insónias ocorrem num preciso espaço; são porções do oposto ao sono. Vive-se um antónimo num determinado espaço, numa porção volumétrica de vida.
Considerando a variável tempo, verifica-se que o volume de vida se desloca num oposto.

14 março 2011

Conversas amigas

ela: eu estou a tentar estar em paz com os meus sentimentos, estão um bocadinho sublimados neste momento, por motivos funcionais
it's not nice to be walking around with a broken heart
gets in my way, mas se for mesmo sincera, it's pretty broken still

ele: então digo-te isto: os corações partidos são corações que aprenderam, são os sapientes
as suas cicatrizes são marcas daquilo que se quis e de que não se quis
deixá-lo partido por medo é um atentado à estética, é impedir que ele ganhe um novo alento, nova cor. Claro que leva o seu tempo.
Se admiramos as estrelas que brilham friamente na noite, como não admirar-te a ti?
Quando seguires em frente o coração que fizer brilhar o teu terá o tal brilho da estrela, mas acompanhado de um lindo e caloroso sorriso

04 março 2011

coversas de FB

nunca poderíamos ter "feito melhor"
pensa assim: se és fruto das circunstâncias
então os teus actos reflectem essas circunstâncias
claro que depois, com outros dados, podes aferir de forma diferente o o passado
mas só o fazes com base em elementos extras, q não existiam na altura
claro que a experiência é um factor preponderante na execução
poderás fazer juízos de valor, claro, mas não num sentido "auto-persecutório", mas mais num nível analítico, de forma a promover crescimento/melhoria
(se assim for possível)
além disso, como determinar o "valor" de determinada situação?
algo pode ter muito valor num momento e não ter valor nenhum passado um tempo
ou vice-versa
agora, se VIVER é uma sucessão de experiências, não querer conhecer uma situação nova (muitas vezes num equilíbrio que disfarça receio), não será recusar a aquisição de novos conhecimentos, ou seja, negar a própria definição de vida?
há quem recorda a montanha que permanece imutável no tempo, há quem se deixa fascinar pelas águas do rio que corre, que modela a paisagem e que muda com as estações do ano
...normalmente admiramos ambos